terça-feira, 24 de junho de 2008

Chapter 703 - Children of Húrin

Me lembro que quando esse livro foi lançado eu achava pouco provável que eu comprasse. Mas outro dia vi na Saraiva por um preço baratinho e acabei levando. Children of Húrin é mais um daqueles livros que o filho do Tolkien editou que sempre me fazem pensar se isso é uma idéia boa ou ruim, afinal, se o próprio autor não lançou, será que era porque nem ele achava o material bom o suficiente?
Desconsiderando estes fatores, a minha opinião após ler o livro é de que a história é boa mas não chega a ser algo comparável a títulos anteriores de Tolkien. Senhor dos Anéis, Hobbit e as outras coletâneas como Silmarillion e Contos Inacabados são muito mais longos e certamente são muito mais épicos. O ponto a favor de Children of Húrin é que certamente é a obra mais "intimista" do autor. Tolkien sempre falou que as histórias da Terra-Média eram sobre a morte inevitável, uma influência direta do seu tempo de serviço na Primeira Guerra Mundial. E em Children of Húrin o que não falta é morte e desgraça, tornando-se o título mais "doom" do autor.
A história começa narrando a vida de Húrin, um nobre senhor humano na Terra-Média que luta lado a lado com elfos combatendo o senhor das trevas, Morgoth. Após uma grande batalha aonde o exército dos humanos e elfos é massacrado, Húrin é levado até Morgoth. Húrin desafia o senhor das trevas que lança uma maldição sobre seus filhos, os condenando à desgraça. Como pena, Húrin iria viver acorrentado vendo o sofrimento de seus filhos. Seus filhos Túrin e Nienor acabam se separando ao longo dos anos e sofrem a estigma da maldição.
O interessante sobre Túrin, é que segundo Tolkien, este seria o seu maior herói e certamente alguns feitos dele nos mostram isso, mas o livro não consegue nos passar essa impressão., pelo menos não imediatamente. A vida de Túrin é cheia de desgraças que se confundem com a maldição e a própria arrogância e ódio que ele sente e no tudo o que resta é uma história extremamente trágica (embora bela em muitos momentos) e repleta de erros e arrependimentos. Somente no fim da história podemos ver como Túrin é capaz de se redimir de seus erros e finalmente acabar com o seu sofrimento.
Embora o livro seja novo a história não é completamente inédita, pois uma versão mais compacta é contada em Silmarillion. Esta versão contém mais diálogos e a história é um pouco mais detalhada, mas as páginas fluem com rapidez, e para os leitores mais ávidos a leitura durará um dia ou dois.
O minha opinião final é que é um livro bom, não essencial, mas que representa a obra mais adulta de Tolkien, sem qualquer tipo de alívio cômico ou esperança para as personagens, sem exceção.

Nota: 8,0

Melhor momento: A morte, pelas mãos de Túrin, de Glaurung, o pai dos dragões.

Tolkien também regras.

3 comentários:

B. disse...

Será que vão filmar esse também? (6)

ghfdc disse...

Túrin Turambar... Mestre de seu destino...

Tolkien regras, realmente...

Pena que ele morreu antes de sequer começar a escrever o apocalipse da Terra Média... Queria ver aquela profecia que dizia que o Melkor se libertaria no final dos tempos se tornar realidade (isso é dito no Silmarillion, ou nos Contos Inacabados? - eu não lembro mais...)...

Um abraço!

Unknown disse...

Apesar de não ser o tipo de material que tenho priorizado ler no momento, um dia pretendo dar uma olhada. O texto dele é muito bom.