quinta-feira, 8 de março de 2012

311 - Planetes



Mangá - 1999 a 2004 (4 volumes)
Anime - 2003 a 2004 (26 episódios)

Esta resenha se concentra no Anime.

Planetes se passa em um futuro próximo, aonde a exploração espacial está em pleno desenvolvimento. No ano de 2075, o homem já consegue ir regularmente à Marte, e está fazendo preparativos para a primeira jornada até Júpiter. Porém, um problema ronda a rotina dos vôos espaciais: o lixo espacial. Planetes conta a história da equipe da Seção de Detritos, o grupo responsável por retirar o lixo do espaço. Chamados de "meia-Seção", por não possuirem pessoal nem recursos suficientes, são o típico grupo excêntrico, que trabalha no limite do possível, mas que contra todos os prognósticos consegue realizar feitos extraordinários, ou por estarem relegados à margem do sistema, muitas vezes desafiam ordens superiores.
O teor de ficção científica merece o rótulo de "hard". Não existe som no espaço, a movimentação dos astronautas é difícil e as condições adversas. A exposição contínua à baixa gravidade e ao espaço causam doenças e traumas psicológicos. Escapar de um acidente é quase um milagre.
Porém, o grande mérito da série está na construção dos personagens, extremamente humanizados, seja através de dramas pessoais, dilemas existenciais, a solidão e o isolamento de se viver no espaço e lógico, relacionamentos. A "ficção-científica hard" é abordada o tempo inteiro, mas como um pano de fundo, e nunca como o foco da história, o que faz com o espectador tenha um mínimo de empatia pelos personagens e seus problemas.
O série também tece críticas à cultura capitalista, guerras, e como a humanidade em geral divide as pessoas, seja pelas nações, ideologias e classes sociais.
Porém, nem tudo são pérolas. Os últimos episódios da série acabam se concentrando muito nos temas políticos, tentando criar um clímax com ação desnecessário, ocasionando em uma descaracterização extrema de alguns personagens e a diminuição da importância de outros, o que pelo menos não me agradou. O final em si é correto e digno da série, mas a essência e a capacidade de comunicar e comover são perdidas nestes episódios.
A qualidade da animação é soberba e a dublagem original passa uma credibilidade enorme aos personagens.

Nota: 7,5


domingo, 25 de dezembro de 2011

Chapter 108 - Master


Ganhei este livro de natal. Já dobrei alguns origamis deste livro quando eu tinha a versão ilegal em PDF, mas sempre tive a vontade de obter o original. O livro é muito bem escrito, bilíngue (japonês e inglês), e a qualidade da impressão é excepcional. Nenhuma dobradura desta obra é fácil, e certamente paciência e persistência são requeridos para se chegar ao resultado final. O livro pode ser obtido nesta loja virtual francesa, http://www.origami-shop.com/ e posso dizer que eles entregam bem.
Não há muito o que ser dito sobre o autor, exceto que talvez seja o melhor artista de origami da atualidade.

Nota: 10

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Chapter 611 - Lunar




Ficção científica de primeira qualidade com o Sam Rockwell (Homem de Ferro 2) em um quase monólogo e a participação especial de Kevin Spacey. Sam Bell (Rockwell) é um astronauta trabalhando para enviar recursos extraídos da Lua, vitais para a produção de energia limpa na Terra. O contrato de Sam está quase no fim, e após quase 3 anos de trabalho, sem qualquer contato direto com humanos e tendo como única compania o robô ajudante Gerty, começa a ficar ansioso e a ter alucinações. Sam está nervoso e tudo o que ele quer é voltar para a Terra e continuar com a sua vida normal.
O filme começa devagar, e se não fosse o interesse que tenho em filmes de ficção científica, talvez ele não sobrevivesse aos primeiros 20 minutos. Porém, de forma sutil, a história te deixa curioso e quando a trama começa a se desenvolver não é mais possível parar. A narrativa é simples, eficiente e te deixa incerto do que irá acontecer e inclusive do que já aconteceu. Sam Rockwell está perfeito como o astronauta exausto e solitário e Kevin Spacey, somente com sua voz está fantástico, emprestando uma expressividade fora do normal.
Lunar (ou Moon com no título original do Reino Unido) teve orçamento de 5 milhões de dólares, provando, como muitos outros filmes, que qualidade não tem nada a ver com dinheiro.

Nota: 10

domingo, 8 de maio de 2011

Chapter 610 - Rainbow Bridge

Acabei de ver Thor no cinema. Embora eu tenha gostado do filme, me deixou uma sensação de decepção no fim. Em muitos aspectos, as referências de HQs estão muito bem preservadas. Uniformes, personagens, e até a caracterização de Asgard como uma civilização extremamente avançada aonde a tecnologia beira a magia, uma idéia dos primórdios dos quadrinhos, estão lá.
Porém, a história é previsível demais. Diversos personagens são pouco aproveitados (imagino que o tempo seja um problema nesse caso) e no fim fica aquela sensação de "história janjão". O filme acaba e parece que nada aconteceu durante o tempo que você ficou na sala do cinema.
Apesar disso tudo, Thor tem muitos acertos. Chris Hemsworth definitivamente é Thor, Anthony Hopkins deixou o modo default de lado por algums instantes e no geral, não temos nenhuma atuação ruim. Nenhuma cena está lá de bobeira ou para encher linguiça, e apesar do roteiro ser janjão, é coerente sem forçações de barra, sem ofender a inteligência do espectador. As referências aos outros títulos da Marvel são bem legais e demonstram o esforço de coordenar as franquias para o filme dos Vingadores.

Sessão reclamações:
1- O Thor não fala de si mesmo em terceira pessoa.
2- Os asgardianos não falam na segunda pessoa.
3- EU QUERO UM FILME DO SAPO THOR!!!

Nota: 8,0

sábado, 16 de abril de 2011

Chapter 909 - Planetary


Se existe algum roteirista atual que se possa comparar a Alan Moore, o que chegaria mais perto na minha opinião seria Warren Ellis. Em Planetary, Ellis exibe qualidades diferenciadas que permitem essa comparação.
A história conta a trajetória dos três membros da organização Planetary, que seriam uma espécie de "Arqueólogos Fantásticos", descobrindo fatos extraordinários e bizarros no planeta Terra, e como eles mesmos dizem "É um mundo estranho, vamos deixá-lo deste jeito". O grupo é formado por Jakita Wagner, uma mulher com habilidades físicas extraordinárias, o Baterista ("Drumer no orignal"), que possui a habilidade de manipular fluxos de informação (como em equipamentos eletrônicos) e um novo recruta, Elijah Snow, que possui a capacidade de extrair energia términa do ambiente, podendo congelar as coisas à sua volta.
Em cada história, a equipe de Planetary descobre um acontecimento bizarro, envolvendo desde monstros gigantes até fantasmas e passando por seres espaciais, porém, como muitas boas histórias, uma trama maior é construida sutilmente capítulo por capítulo. Porém o que chama mais atenção é fato de que cada história é baseada em alguma referência pop do passado, desde livros de ficção científica, fatos históricos, filmes e, logicamente, histórias em quadrinho, dando uma novo sentido à própria natureza "arqueológica" da obra.
Os desenhos são do competente John Cassaday e é possível ver a sua franca evolução durante a execução da obra. Destaque para a excelente colorista Laura Martin, em um trabalho que, pelo menos na minha opinião, muitas vezes carrega os desenhos nas costas.
Planetary no Brasil teve algumas histórias publicadas na extinta Pixel Magazine. Hoje em dia, o caminho lícito mais fácil de se ter o quadrinho em mãos é comprar na Amazon.com ou alguma outra livraria virtual de sua preferência.

Nota: 10


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

sábado, 17 de julho de 2010

Chapter 608 - Forbidden Planet

Clássico da ficção científica de 1956. Uma tripulação passa 2 anos em uma nave para chegar ao misterioso planeta Altair IV. A missão, era verificar o destino de uma missão colonizadora enviada anos antes, mas que nunca havia dado notícias. Ao chegar no planeta, o Comandante Adams (Leslie Nielsen) encontra somente dois sobrevivientes, o Dr. Morbius e sua filha Altaira. Todos os membros da missão anterior haviam perecido. Segundo o doutor, todos foram mortos por um monstro misterioso, exceto ele próprio e sua filha.
O planeta é rodeado de uma tecnologia muito avançada, pertencente aos Krell, uma raça que , apesar de extremamente evoluída, foi extinta misteriosamente. O próprio doutor se submeteu a experimentos com a tecnologia perdida dos Krell e se tornara extreamamente inteligente, capaz inclusive de construir o robô Robby, um construto capaz de sintetizar qualquer objeto que seja desejado. Ao longo da trama a tensão aumenta devido à insatisfação do doutor com a presença da tripulação terrestre, à ingenuidade de Altaira em relação os visitantes da terra, e ao reaparecimento do monstro responsável pelas mortes da missão anterior.
O filme é foda, e ponto. É incrível o que um bom argumento e atores de qualidade podem fazer. O visual do filme de fato é extremamente datado, mas se encaixa perfeitamente com o clima do filme, e apesar de antigo, não comete gafes científicas. O filme simplesmente tem o tema de ficção científica como pano de fundo, e usa isto de maneira eficiente. O tema não é usado para parecer inteligente, o que no fim das contas tornaria este tipo de obra uma grande burrice. O final é excelente.

Nota: 10


(Caramba, o Leslie Nielsen tinha cor no cabelo nesse filme!!!)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Chapter 310 - Ghost in the Shell - Stand Alone Complex


Depois de todo mundo ganhar muita grana com o Mangá e com o filme, anos depois, em 2002 para ser mais preciso, resolvem fazer um anime. O anime não tem relação direta com o filme ou o mangá, ou seja, não é continuação ou uma história anterior, mas talvez seja a adaptação mais próxima do mangá, com os personagens mais parecidos em termos de personalidade.
Parte dos 26 episódios são histórias independentes, com histórias interessantes e auto contidas, geralmente focando algum personagem em especial, aprofundando sua história e personalidade. A outra parte dos episódios foca em uma história principal, o chamado caso do "Homem que Ri" (ou no original "The Laughing Man"). Quase todos os episódios são muito bem escritos, com clichês ocasionais, mas quase sempre surpreendendo o espectador. Raramente as ações e resultados são previsíveis, fazendo com que o espectador tenha vontade de seguir em frente para descobrir o que vem adiante. O final da série é muito bom, talvez com exceção da seqüencia final que é bem janjão na minha opinião.
O clima das histórias é Cyberpunk da melhor qualidade, com um visual bem moderno e limpo, ao contrário de referências óbvias como Blade Runner e Akira. O futuro mostrado no anime é relativamente absurdo por se passar em 2029 mas, se não levarmos o tempo em consideração, este é um futuro bem plausível, aonde os humanos possuem auto grau de próteses mecânicas e cibernéticas, habilidades melhoradas e um cyberespaço extremamente denso e vasto.
O grande tema do anime é o impacto de uma sociedade tão integrada no cyberespaço, aonde uma pessoa pode armazenar e retirar dados de seu cérebro, as sensações de seu corpo são informações digitalizadas e pessoas podem rapidamente sincronizar informações entre si. Várias questões são levantadas como a possibilidade das pessoas serem hackeadas, manipulação intensa de mídia, perda de individualidade das pessoas, vício em cyberspaço (algo que já acontece hoje) e, talvez o tema "mais profundo", se é possível que IAs se tornem entidades com personalidade, emoção, ou seja, se é possível criar vida artificial.
O animação é bem feita, relativamente moderna, mas longe de ser um primor. Possui um pouco de animação 3D que é bem combinada com o 2D.

Nota: 8,5


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Chapter 607 - Ghost in the Shell


Revirando velharias, acabei vendo novamente este "clássico" da animação japonesa. Lançado no Japão em 1995 e no ano seguinte nos EUA, rapidamente Ghost in the Shell, baseado no mangá homônimo, alcançou status de cult, sendo considerado um sucessor de Akira, tanto pela profundidade da história quanto na técnica de animação.
Eu bem lembro que consegui ver pela primeira vez isso em 1998 e confesso que na época entendi muito pouco do filme e pra piorar, conseguir o mangá naquela época era foda de difícil. Hoje em dia é moleza conseguir um scan maneiro de qualquer mangá, mas companheiro, na época da internet discada, achar o diabo do mangá era difícil, e baixar uma página a cada 4-5 minutos com uma qualidade duvidosa era complicado.
Eu lembro que achei impressionante, e acho que o fato de não entender porra nenhuma ampliou esse fator. Vi e revi várias vezes até finalmente entender a trama e após pensar muito, não deixo de pensar como o filme é legal, mas deveras pretencioso. Na maior parte do tempo os diálogos são muito bons mas, em alguns momentos, claramente existe um desejo se ser cabecinha e muita merda é falada sem necessidade.
Sobre a trama, ela se passa em 2029, em uma realidade com uma tecnologia extremamente avançada. As redes de computadores são super densas e integradas e as pessoas têm fácil acesso a implantes cibernéticos, que permitem navegar nestas redes além de ter capacidades físicas ampliadas e possibilidade de manipular equipamentos por interface neural. .
A história retrata uma equipe de elite da polícia, denominada Seção 9. Esta equipe lida com casos extremamente especiais, seus agentes tem quase status de agentes secretos e possuem acesso à tecnologia de ponta. O foco se dá na Major Motoko Kusanagi, uma oficial de elite da seção 9. Durante todo o filme ocorrem vária discussões sobre incidentes diplomáticos, um tentativa de se dar asilo a um programador japonês um papo muito confuso. Antes que se entenda o que diabos está acontecendo, a intérprete do primeiro ministro é hackeada. Descobrem que o trabalho foi feito por um famoso hacker chamado Pupper Master. Ao investigarem a fonte, chegam a um lixeiro e um outro hacker, para descobrirem que ambos também foram hackeados e estavam sendo manipulados pelo puppet master.
Durante uma noite, numa planta industrial de corpos cibernéticos, um corpo é feito fora do cronograma. Ele é capturado após ser atropelado no meio da noite e é levado até a seção 9. É percebido então que o corpo não possui nenhuma célular cerebral humana, mas mesmo assim possui um "fantasma" (uma entidade característica que indica individualidade e consciência). Motoko demonstra um intenso interesse em se comunicar com esta possível IA, mas no meio disso tudo começam a chegar vários malucos na história, uma cacetada de coisas é revelada, fica tudo confuso pra caralho, dão um mata leão em geral e levam o corpo embora.
A seção 9 rastreia os caras que levaram o corpo até um prédio velho, aonde Motoko luta contra um tanque blindado, se fode toda, mas no fim das contas com a ajuda de Batou (um outro membro da seção 9) consegue se comunicar com o Pupper Master. Após uma conversa tediosa e super cabecinha eles decidem se fundir, se tornando uma entidade única. Outra unidade de outra seção policial chega com um helicóptero, passa o fogo em geral. Batou consegue salvar o corpo da Major. No fim, Motoko/PuppetMaster vão embora para ter muitas aventuras e confusões na sua sessão da tarde. The End.

EXPLICAÇÃO FOR DUMMIES:
O confuso sobre o filme é que ele se explica muito pouco. Cabe ao espectador ligar os pontos. A minha resenha é porca, então ao invés de tentar sacar tudo aqui veja a porra do filme e depois leia essa explicação, Uma vez entendido é fácil ligar os fatos e entender a trama.
Antes dos acontecimentos do filme, alguma agência do governo desenvolve um programa super foda pra hackear diplomatas. Eles soltam o programa na rede mundial e deixam ele tocando um terror. Após alguns anos, o programa aprende tanto que acaba se dando conta da própria existência, mostrando os primeiros sinais de consciência. O programa foge do controle e começa a hackear geral pra escapar. O tal programador mostrado no início do filme é o principal desenvolvedor desse projeto, chamado 2501. No meio disso tudo, as agências tentam ligar vários incidentes diplomáticos entre si pra criar uma confusão da porra, até o acontecimento da manipulação da intérprete do primeiro ministro. Seção 9 captura os hackers de rua rastreados.
Durante a noite um corpo é produzido fora do cronograma na planta da Megatech. O corpo é encontrado e levado à seção 9. Aí é que começa a ficar cagado.
Do nada chegam 2 caras da seção 6 e começam a fazer um monte de perguntas. No caminho, Togusa (membro da seção 9) acha os caras meio suspeitos e nota que apesar de serem só 2, vieram em 2 carros. Ele vê os filmes da segurança e saca que tem mais gente com aqueles 2, só que usando camuflagem termo-óptica (invisível à luz e a Infravermelho). Ele avisa a equipe, e eles esperam pra ver o que acontece. No meio dessa coisa toda, o corpo é ativado e começa a rolar um papo maconhado entre o 2501 e os caras da seção 6 e 9. Do nada rolam explosões e o corpo é levado. A seção 9 rastreia os carros usados na fuga. Eles sacam que tudo foi encenado pela seção 6, desde os primeiros incidentes, tudo pra provocar o 2501 e fazê-lo acreditar que precisaria entrar em um corpo, se desligando da rede. Essa seria a chance para destruir o corpo e sua consciência, pois se descobrissem a verdade sobre o 2501 daria uma merda sinistra no governo. Porém a Major da seção 9 é meio pancada da cabeça e acaba se fundindo ao 2501.
Parando pra pensar, essa explicação é quase do tamanho da resenha, então não é tão for dummies assim.

MÉRITOS TÉCNICOS:
A animação é foda pra caralho, mescla 2D com 3D de maneira simples e eficiente. Após rever, não consigo imaginar outra animação 2D tão bem feita, talvez com exceção de Akira. Mesmo sendo de 1995, a maioria dos desenhos recentes é pinto perto disso aqui. Shrek e Procurando Nemo é o cacete.
Os cenários são absurdamente bem feitos e na minha opinião só Viagem de Chihiro chega no mesmo patamar.

ADAPTAÇÃO DA OBRA ORIGINAL:
O filme é bem diferente do mangá. Tem um passo extreamemente LENTO. A personagem principal é quase um zumbi sem emoções de tão introspectiva, enquanto no mangá é uma personagem com personalidade bem mais emocional. O mangá também possue momentos de humor e o filme possui um tom completamente sério. Não é um defeito, mas quem vê o filme e depois lê o mangá estranha bastante.

CONCLUSÃO:
Filme muito bom, com um viés pretencioso, mas que definiu um marco para animação japonesa e para a estética do cinema de ação moderno, já que Matrix CHUPOU TODA SUA ESTÉTICA de Ghost in the Shell, fato inclusive abertamente declarado pelos picaretas irmão Wachachá e pelo produtor Joel Silver, todos eles com o rabo bem cheio de dinheiro vendendo filosofia barata e anúncio de celular, roupa de couro e óculos escuros.

"Ó cara, tá vendo esse desenho da hora? Faz o filme ficar que nem isso, valeu?" - Irmãos Wachachá para o Joel Silver nas reuniões do Matrix.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Chapter 606 - Hachi


Antes de tudo, podem zoar. Podem rir.





Já riram? OK.

Filme baseado em história real sobre Hachi, um Akita, que todos os dias esperava seu dono, o professor Parker (Richard Gere) em uma estação de trem. Um dia o dono morre e não volta. O cão todos os dias retorna à estação esperando pelo seu dono até sua morte.
Obviamente o filme está longe de ser memorável, mas possui mais acertos do que erros. Em momento algum ele tenta ser pretensioso, é piegas quando necessário, mas o mais importante, o filme é sobre o relacionamento do animal com seu dono. Outro fato interessante é que a história real se passou no Japão, enquanto a do filme se passa em uma cidade americana. Normalmente isto seria um ponto negativo, mas o fato de Parker não ser japonês, o faz pesquisar e tentar entender mais sobre a raça de Hachi, fazendo com que o espectador acabe aprendendo sobre o animal.
Outro ponto positivo é que o filme é relativamente curto e se resolve de maneira correta, sem recorrer a grandes encheções de linguiça, ou a repetidas cenas do cão fazendo travessuras ou se mostrando o cão maravilha.
Obviamente o filme fica extremamente emotivo após a morte do personagem de Gere, e com sucesso, mostra a melancolia de Hachi, a interação dos funcionários da estação de trem, a eventual fama do animal na cidade, até a sua inevitável morte. No fim, é mostrada a estátua de Hachi na estação de Shibuya em Tóquio, e a história original é explicada.
Resumindo, é um filme simples, que tem como único objetivo emocionar o espectador através de uma história comovente.

Nota: 7,0
Melhor momento: a esposa de Parker, visita seu túmulo 10 anos após sua morte, e na volta encontra Hachi ainda esperando seu marido. Juntos eles esperam mais um trem chegar à estação.

Mais informações sobre Hachi, neste artigo da wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Hachik%C5%8D