quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Chapter 70 - Her Poison is Sweet

Mais uma parte da história...


Lá estava eu, em frente a uma prostituta apontando uma arma para mim e me pedindo uma carona pra sair de genocídio em miniatura que eu havia promovido alguns minutos antes. Ela não tremia e a arma realmente estava engatilhada então eu tentei ficar o mais calmo possível:
"Muito bem. Você vai baixar essa arma, e a gente vai embora daqui juntos."
Ela demorou alguns segundos mas baixou a arma. Na hora deu uma vontade enorme de descer a porrada na cara dela mas eu estava com pressa e acabei arrastando ela junto comigo. O resto do bando já havia indo embora e por sorte um dos carros ainda estava lá. Entrei com a mulher e saímos rapida e discretamente.
Quando ela me ameaçõu ela estava determinada, mas no carro ela tremia que nem bambum no vento.
"Estou com frio" ela disse. Uma mentira muito mal contada. Ela devia é ter cheirado demais. Todo mundo tava pirado naquela festa e ela não devia ser exceção. A viagem ia ser um pouco longa. Era de noite, a estrada era uma bela porcaria e correr era muito perigoso. Apesar da zona que eu havia deixado pra trás não havia nenhum policial e se tivesse algumas notas de 50 iam me deixar invisível. O fato é que se essa porra louca tivesse um ataque no carro ela provavelmente ia morrer antes de chegar no hospital.
Felizmente ela não piorou e depois de um tempo adormeceu o que me permitiu pegar a arma dela. Quando estávamos chegando perto da cidade perguntei aonde ela queria ser deixada e aí é que começou a merda:
"Não tenho pra onde ir."
"Olha dona, comigo é que você não fica. Nem adianta você procurar a sua arma porque já nem está mais com você."
"Se eu voltar pra minha casa eles me matam."
"Eles quem?"
"O pessoal que você acabou de irritar muito. Se eu fosse você eu nem voltava pra sua casa mesmo por que a essa altura já devem ter te marcado."
Além de puta era mentirosa eu pensei. Aquela desgraça toda aconteceu fazia menos de 3 horas e já teria alguém pra me matar? Tá certo que acabei com a casa de algum ricasso e matei um traficante que tinha uma influência considerável, mas nada disso me marcaria tão rápido. Apesar disso em 2 minutos a puta passaria de mentirosa a salvadora. Do nada ela me empurra pro lado e quando eu vejo tem um furo e uma marca vermelha no para brisa. Era sangue, vindo do ombro dela. Alguém havia tentado me matar e ela havia me salvado.
Antes de eu continuar isso eu tenho que dizer que a partir daquele momento eu estava oficialmente fodido até a alma. Eu não só havia matado um chefe de tráfico o que por si só já era muito preocupante, como agora eu estava marcado por alguém realmente muito poderoso e puto da vida, mas tão puto que bastou algumas horas pra eu já começar a ganhar bala. Pra completar eu tenho que arrastar comigo uma prostituta drogada que provavelmente vai me causar um monte de problemas, como mais balas e crises de abstinência de cocaína e sabe-se lá mais o que.
Continuando, eu acelerei o carro tentando não me matar na estrada e depois de alguns minutos consegui despistar o carro que me seguia. Quando cheguei na cidade segui o conselho da minha salvadora e rodei procurando um lugar quieto. Estacionei e comecei a ligar para todos os médicos clandestinos que eu conhecia. Depois de cinco minutos ligando achei um velho conhecido que aceitou o serviço e comecei a dirigir até o "consultório".
Ela começou a perder a consciência e comecei a puxar conversa pra ela não desmaiar. Falei um monte de coisas idiotas, que estávamos perto, que tudo ia ficar bem, e fiz uma pergunta meio necessária naquela altura dos acontecimentos:
"Qual o seu nome?"
"Você pode me chamar de Penélope."
Eu duvidei que aquele fosse o nome dela mesmo, mas isso nem me interessou na hora porque havíamos chegado e ela havia desmaiado um pouco antes de sair do carro.
O consultório era um casebre no meio do nada, bem escondido. Estava vazio e fui entrando carregando a moça e a coloquei na cama cirúrgica. Comecei a limpar o ombro ensangüentado e conforme o tempo ia passando eu ficava nervoso porque o médico não chegava. O sangramento havia estancado e o fato da bala ter atravessado deixava as coisas mais simples já que uma extração não era necessária. Eu comecei a achar tudo muito estranho e decidi ir embora. Quando levantei Penélope começaram a atirar. Eu joguei a cama de metal no chão, contra uma parede e nos abrigamos contra as balas. Estavam atirando pra matar mesmo, fuzilando e abrindo buracos nas paredes determinados a acabarem com qualquer coisa viva. Penélope acordou com o barulho e ficou num estado catatônico como se aquilo tudo fosse um tédio completo. No meio dos tiros ela agarrou meu rosto e me beijou quase cortando meus lábios. Naquele momento o perfume dela me invadiu e eu quase pude sentir minha mente saindo do meu corpo.
Quando eu voltei a mim eu até entendi o por que desse beijo. Era porque a gente estava para morrer.

Um comentário:

ghfdc disse...

A mulher tem sentido de aranha! Sinistro... Ou então, estava com "tetravision on", por causa das drogas...
E aposto que quem está atirando é o Dick Vigarista! Hahaha...
Um abraço.