sábado, 20 de outubro de 2007

Chapter 72 - Desperados

Naquela hora eu queria poder pensar numa solução. Mas eu estava tão desesperado quando Penélope. Na minha busca por vingança eu criei uma desgraça muito maior. Agora eu não só tinha que salvar a minha pele, mas eu tinha que salvar a moça. Não era uma obrigação, mas porra como eu ia abandonar alguém desse jeito? E ela bem ou mal salvou a minha vida. De certa forma eu pensava nela um pouco como a minha filha. Ela não devia ser muito mais velha do que ela e quando a vi chorando eu pensei no que a minha Dalila podia estar passando agora se ela tivesse sido envolvida nessa merda toda. No fundo eu era um cara de coração mole. Pelo menos quando se tratava de menininhas.
Eu tinha que achar um jeito de me livrar dela. Deixar essa menina segura e longe dessa zona.
"E o seus pais?"
"Descobri esses dias que o meu pai está na lista do secretário. A minha mãe morreu alguns anos atrás... Se o meu pai descobrir que estou metida nisso as coisas só vão piorar... eu nem quero imaginar..."
"Eu preciso te deixar num lugar seguro, longe disso tudo. Você não tem ninguém que possa confiar agora?"
Ela abanou a cabeça negativamente com o rosto vermelho de tanto chorar.
"O que mais você sabe sobre eles?"
"Bem, um monte de coisas... se você lê jornal você sabe que o Miranda ( o secretário de segurança) vai se candidatar a governador. E parece que ele vai ganhar."
"Sim eu sei. Ele vai ganhar fácil e agora eu entendo porque. Ele suborna metade do tráfico do estado e tem na mão um monte de gente rica. O que eu sei também é que desse jeito ele deve ter inimigos."
"Isso eu não sei... eu só posso apontar alguns nomes da lista dele..."
Passei horas conversando com ela sobre isso. Era difícil pra ela, porque no fundo ela sabia que ia ter que me ajudar e isso significava mais perigo. E ela sabia também que não ia arranjar mais droga e isso só ia foder com o estado mental dela.
Eu não podia contar com nenhum informante, pois provavelmente eles trabalhariam pra algum aliado do Miranda. Ele com certeza ia ganhar as eleições. Desde que ele assumiu a segurança do estado a polícia ganhou uma força considerável, o tráfico havia recuado em parte, ele conseguira acordos para renovação de frota e armamento, era tudo uma maravilha. Tudo movido a corrupção e pó.
Eu não podia lutar contra o sistema. Eu tinha que descobrir quem era o olho dele e cegar o desgraçado. Ele não podia mandar em tudo, tinha que ter um testa de ferro que cuidava do serviço sujo.
"Penélope, quem é que toca os negócios dele? Ele não pode tomar conta de tudo. Quem é que ameaçava os ricassos com as fitas?"
"Eu sei quem supervisionava as garotas. Era o Macedo. Era um policial também."
"Macedo? Antônio Macedo?"
"Conhece?"
"Um grande filho da puta. Andou avançando nos esquemas então... Eu cuido desse desgraçado fácil...
Penélope, eu quero que você fique aqui por uns dias. Aqui é isolado e vão cuidar de você. Você vai sentir falta da droga mas as pessoas aqui vão te ajudar. Você tem que largar isso senão eu não vou conseguir te tirar dessa, tá entendendo?"
"O que você vai fazer?"
"Eu vou visitar o Macedo. Eu vou ensinar pra ele o que é ser policial."

Um comentário:

Lila Yuki disse...

A ira do Lobo Mau se pronuncia!