quarta-feira, 2 de abril de 2008

Chapter 291 - He Cookie Man


Não estou falando do desenho que fez muito sucesso nos anos 80. Estou falando do filme podre que fizeram na mesma década.
Eu lembro que vi este filme no cinema e não entendi porra nenhuma pois eu nem conseguia ler as legendas. Logicamente achei o filme foda, pois só ir no cinema já era algo maneiro.
Um dia desses por curiosidade mórbida comecei a procurar coisas sobre o filme. Porque ele era tão ruim? Quem diabos fez um roteiro de merda?
Após pesquisar um pouco, vi que o filme possuia uma série de acertos improváveis, mas o roteiro e uma seleção medíocre de atores fez com que várias idéias boas fossem totalmente relegadas ao limbo.
O roteiro do filme mostra uma Etérnia sendo atacada por um Esqueleto muito poderoso, com um imenso exército invadindo o castelo de Greyskull, que aparentemente é o centro do reino. He-man em nenhum momento se mostra como príncipe Adam, seus pais nem são mencionados, e ele mal usa a Espada de Greyskull, usando armas de raios contra os soldados do Esqueleto.
Em Greyskull eles encontram um anão que fez um aparelho musical capaz de viajar nas dimensões. Olha, a MERDA é tão grande que no fim o He-Man e o Esqueleto tão caindo na porrada no meio de um SHOPPING CENTER. A cagada é essa. O He-Man é o Dolph Lungdreen, e quase todos os atores são meio medíocres.
Aí meus caros, vocês podem perguntar: caralho, o que esta bosta fedorenta tem de bom? O roteiro é uma merda, os atores são ruins, e como foi feito nos anos 80, provavelmente todos os efeitos são uma porcaria.
Sim, é verdade. O filme é uma merda. Mas existe muito do trabalho dele que é bom e daria um ótimo roteiro épico.
Pra começar toda a arte conceitual foi feita por Moebius. E se observarmos vários do conceitos que Moebius embui em He-man, podemos ser bem ambiciosos. Existe claramente um estilo europeu forte na fantasia que ele desenha, aonde muitas vezes o antigo e medieval se confunde com o pós-apocalíptico futurista. Todos os personagens parecem saídos de uma civilização que vive em trevas e barbarismo. Outro aspecto clássico são o fato de existirem artefatos futuristas em uma era aparentemente medieval. Isso causou certa revolta nos fãs na época, mas o desenho estava cheio desse tipo de coisa. Como eles tinham aqueles veículos que voavam e tinham canhões de raios?
Outro aspecto interessante vinha da premissa inicial do roteiro. Esqueleto possuia um grande exército e estava a um passo da conquista de Etérnia. O que aconteceu para ele chegar a tal ponto? Aonde estavam os reis? Foram eles mortos? Grayskull era a última fortaleza a resistir?
Se estes fatores fossem bem trabalhados, certamente um épico de fantasia poderia ter sido feito, com várias continuações como estão fazendo hoje em dia.
Os figurinos foram todos feitos bem parecidos com a arte conceitual. Se eles tivessem sido feitos a partir do desenho, todos os personagens teriam ficado ridículos, parecendo cosplay vagabundo de festival de anime. O resultado foram personificações extremamente bem feitas, com aparência real e com um clima gótico/terror/sci-fi que é impossível de se ver hoje em dia. Olhem a foto da Maligna e poderão concordar comigo que esta versão tem uma imagem muito mais poderosa do que a do desenho.
Mas afinal, porque esta merda foi feita deste jeito? Encaremos os fatos. Os anos 80 está cheio de filmes que contavam unica e exclusivamente com uma franquia e um monte de efeitos especiais para serem populares. O público da época aceitava mais facimente essas coisas pois os efeitos realmente impressionavam, mesmo que fossem poucos e pobres se comparados com os de hoje. O grande erro de He-man, e que explica sua fraca bilheteria, é que o roteiro não tem NADA a ver com o desenho e não existe uma explicação boa para isso. A crítica caiu em cima e o resultado foi uma bilheteria pífia.

PS: Se vocês notarem, a atriz que fazia Monica no seriado Friends participa do filme.

2 comentários:

Lila Yuki disse...

Se pararmos para pensar não estamos muito longe da definição roteiro pífio em comparação com os efeitos especiais que, daqui a alguns anos, chamaremos de defeitos especiais, como hoje falamos daqueles da década de 80. Não vejo muita diferença.
Poucos trabalhos conseguem uma boa adaptação para o cinema. E, normalmente, quem gosta do filme é o pipoqueiro ou aquele que só resolveu ver o filme porque estava na moda. Quem é fã raramente gosta do que fica na tela.
Sei lá.
Estou com sono.

B. disse...

Cara...o filme do He-Man é uma comédia excelente. Como vc disse: foi um desperdício de uma boa idéia por parte de roteiristas que tiraram o texto do rolo de papel higiênico deles.