quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Chapter 63 - Cap is back!!!


Eu não sou o maior fã do Capitão América. Eu não sou americano. Comprar uma revista do Capitão chega a ser idiota para qualquer pessoas que não seja ianque.
Eu achava isso até poucos anos atrás. Este mês a revista do Capitão América chega no número 34 nos EUA, e definitivamente marca um novo início para um dos heróis mais tradicionais da Marvel.
Esqueça todas as baboseiras que você pode pensar sobre um cara que anda vestido de bandeira. Nos últimos anos, a revista do Capitão voltou ao número 1, e desde então esteve sob a batuta de Ed Brubaker, um dos melhores roteiristas de quadrinhos da atualidade.
Mas porque o número 34 é tão especial?
Para isso temos que visitar alguns eventos importantes na cronologia da Marvel.

O COMEÇO DO CAPITÃO ( BEM RESUMIDO)

Steve Rogers era um moleque magro durante a segunda guerra. Ele se alista mas não passa em nenhuma prova física. Como ele queria servir muito, o exército oferece a ele uma chance de fazer parte do experimento do super soldado. Ele toma o soro do super soldado e fica bombadão, tipo um oficial do BOPE melhorado. Quando o experimento com Rogers é terminado os nazistas invadem o laboratório e toda a pesquisa é perdida. Assim nasce o único super soldado, o Capitão América.
Ele vai pra Europa com o seu companheiro moleque, o Bucky, e juntos eles chutam muitos traseiros nazistas. Quando eles estavam tentando pegar o Barão Zemo (um nazista sinistrasso) eles acabaram num avião bomba que explodiu. Bucky morreu, e o Capitão caiu no Mar do Norte.
Muitos anos depois acharam o capitão preso num bloco de gelo, derreteram o bloco, ele reviveu, se juntou aos Vingadores e passou décadas enfiando a porrada em vários vilões.

GUERRA CIVIL

Esta foi a mega-saga da Marvel de 2006/2007.
Um dia, um grupo tosco de heróis em um reality show, enfrentam bandidos muito mais fortes que eles e tudo resulta numa explosão gigantesca que mata 600 pessoas inocentes.
O incidente começa uma discussão sobre a legalidade dos super heróis nos EUA. No fim, como era de se esperar, existem dois grupos. Um quer que os heróis de registrem no governo e a atividade seja regularizada, quem não se juntar será preso. Os outros defendem a liberdade dos vigilantes.
O Homem de Ferro faz parte da ala governista, enquanto o Capitão defende o jeito antigo.
No começo o Homem de Ferro usa de várias medidas que podem ser consideradas drásticas. Usa de força e coerção para atingir seus meios e se alia com pessoas questionáveis. O Capitão não aceita as atitudes do ferroso e parte pra porrada.
No fim, o Capitão se RENDE, mesmo à beira da vitória, mas entende que de certa maneira o Homem de Ferro estava certo, embora ele não tenha usado os melhores meios para atingir seus objetivos.
O Homem de Ferro vence, o Capitão é preso e será julgado por se rebelar contra seu país.

Durante todo este tempo, Bucky estava vivo. Ele havia sido capturado pelos soviéticos. Ele perdeu um braço na explosão mas ganhou um braço ciborgue. Além disso ele sofreu lavagem cerebral e virou o assassino mais sinistro dos soviéticos. Depois de um tempo ele se livra parcialmente da lavagem cerebral e começa a trabalhar para Nicky Fury, um cara sinistro da Marvel que sempre parece ser bonzinho.

A MORTE DO CAPITÃO AMÉRICA

Capitão América, identidade real Steve Rogers, ao ser encaminhado ao tribunal é alvejado por Ossos Cruzados, um velho inimigo, e toma um tiro de rifle. Ao mesmo tempo, a namorada de Rogers, Sharon Carter, sob influência hipnótica do Caveira Vermelha (o arqui inimigo do Capitão) se aproxima de Rogers caído e dá um tiro fatal. O Capitão morre ao chegar no hospital. Tudo isso acontece na edição 25.

Até esta edição eu posso dizer que a revista já estava FODA. Mas aí é que Ed Brubaker consegue ser mais brilhante.
Da edição 26 até a 33, o capitão está morto. Mortinho. Ele não volta. É caixão, pedra e areia. Mas a revista continua excelente, e todas as edições figuram entre as 10 revistas mais vendidas nos EUA.
Nestes números, Bucky e Sharon Carter tentam vingar o capitão. É desnecessário dizer que o fato de ambos terem estados mentais delicados e manipuláveis torna a tarefa árdua, gerando os melhores arcos da revista.
Tudo culmina na edição 33, aonde Bucky é capturado pelas forças do Homem de Ferro.

O NOVO CAPITÃO

Bucky recebe do ferroso uma carta póstuma do Capitão, onde ele pede que o Homem de Ferro cuide do Bucky, para que ele assuma o lugar dele. Bucky aceita apesar de estar bolado pra cacete, mas ele exige que a mente dele seja vasculhada para que seja retirada toda a lavagem cerebral e também que ele nunca vai responder a ninguém, nem mesmo ao governo.
O Ferroso aceita.
Bucky e o Ferroso desenham um novo uniforme e ele sai pra cair na porrada contra as forças do Caveira Vermelha para vingar a morte de seu amigo.

Pode parecer idiota, mas estas revistas são uma das poucas preciosidades no atual mar de merda que existe nos quadrinhos. Os desenhos de todas as edições são bons, o roteiro nunca perde o ritmo e definitivamente Brubaker conseguiu atualizar um personagem mítico de uma maneira extremamente corajosa.

A Marvel matou o Capitão América para deixar o personagem mais forte. A morte dele não foi em vão, ele teve significado no universo ficcional da Marvel, e o novo Capitão não é um zé ruela que pegaram na esquina, é o aluno do Capitão Original. O manto foi passado de uma maneira brilhante.

Atualmente a revista Captain America está sendo publicada na revista mensal, Os Novos Vingadores. Vale a pena comprar só pela revista do Capitão.

PS: No Brasil a morte do capitão ainda não saiu. É uma boa oportunidade para se obter esta fase incrível do personagem.

5 comentários:

Anônimo disse...

^_^ E!
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Anônimo disse...

Ok, ok, eu também posso postar que é preciso coragem para matar mortinho de vez e sem retorno um personagem e que Harry Potter teria sido um livro muito melhor se a JK não tivesse amarelado.

ghfdc disse...

As histórias do Brubaker com o Capitão América e com o Demolidor são mesmo ótimas... Mas ele não acerta com os X-Men...

Sobre a morte do Capitão: concordo com a parte da passagem do manto e tal... O problema é que Steve Rogers é insubstituível. Ninguém no uiverso 616 da Marvel tem a capacidade de liderança e a moral que ele tem, sem falar na "personalidade do personagem", que faz com que ele realmente seja a "encarnação dos ideais de liberdade" e tudo o mais (em seu conceito original, e não a farofada do "vamos espalhar a democracia pelo mundo" de hoje em dia)...

Acho que o único que chega perto (em termos de moral e liderança) é o Ciclope (quando nas mãos de um bom roteirista, claro).

O Brubaker pode ter tornado o Bucky um personagem respeitável, mas ele nunca terá a mesma moral que o Capitão original frente aos demais personagens da editora.

Isso de passagem do manto faria sentido caso a estrutura das histórias fosse a mesma dos mangás, com início, meio e fim... No caso da estrutura dos comics americanos, isso fica meio esquisito...

É por isso que eu acho que, mais cedo ou mais tarde, trazem o Steve Rogers de volta (sem falar no aumento das vendas momentâneo que seria provocado pelo retorno)...

ghfdc disse...

Ops: universo 616...

B. disse...

Mas a roupa continua bisonha e o escudo tb hahahahaha