sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Chapter 328 - Can you hear me?


Eu não consigo pensar como eu poderia trabalhar sem um headphone como um desta foto. Depois de um certo período da minha adolescência aonde a minha irmã absorvia música como uma esponja e eu ia escutando na aba, adquiri o hábito de gastar algumas horas de cada dia ouvindo música.
Após um certo tempo notei que a minha audição já não é exatamente 100%. Ela não está seriamente afetada, mas não está completamente saudável. Depois de um tempo eu só conseguia me concentrar escutando música, aumentando ainda mais o problema. Faz alguns meses comprei um headphone de qualidade com colchões que realmente ISOLAM o som exterior e devo dizer que esta foi um dos melhores investimentos que eu já fiz. Agora não só ouço minhas músicas com uma qualidade muito boa, mas posso escutá-las com um volume bem moderado, sempre sem exageros. Outro grande benefício é escutar menos quem está em volta. Às vezes passo horas sem escutar música mas com o headphone, pelo simples prazer de não escutar meus colegas berrarem e darem chiliques no horário de trabalho.
Depois disso eu comecei a perceber como as pessoas hoje em dia consomem mais produtos relacionados a som. O iPod criou um nicho de mercado que varia desde capinhas para o dito cujo até milhares de tipos de fones de ouvido. Há 5 anos atrás você acharia talvez uns 4 ou 5 modelos de fones, mas hoje é possível achar mais de 30. A grande maioria é um lixo. Fones pequenos que agridem a orelha e o mais grave, o tímpano. É muito comum vermos um office boy entrando no elevador com um genérico de iPod tocando aquele pancadão no último volume.
Caso não saibam a audição humana é muito frágil. Dentro de nosso ouvidos nós possuímos os nossos sensores de som, conhecidos como pelos ou cerdas. Estas cerdas são responsáveis pela neurotransmissão que leva o sinal do som ao cérebro. Antes do som chegar às cerdas ele passa pelo ouvido externo, tímpano, ouvido interno e tantas outras cavidades. Se mesmo assim o som que chegar às cerdas for excessivo, você estará agredindo estas células. Elas irão enrijecer e deixarão de transmitir o som eficientemente ao cérebro. Você vai ficando surdo. Desnecessário dizer que não existem meios conhecidos de regenerar ou recuperar tal tecido humano.
O som que nós escutamos é medido em decibéis (dB) que é uma escala logaritmica. A razão disto é que o nosso cérebro interpreta as variações de som em uma base logaritmica. Não existe muita explicação para isso, a natureza nos fez assim. É fato que 85 decibéis é o limite razoável para a não agressão da nossa audição. Para vocês terem idéia do quão pouco 85 dBs são, uma pessoa falando no ouvido de outra tem a intensidade de 30 dBs. Um iPod no volume máximo gera 120 dBs.
Estou prevendo que quem estudar um meio de recuperar a audição ou criar aparelhos de audição mais avançados vai ganhar dinheiro no futuro. Certamente os donos da Apple já devem ter investido ações em empresas de medicina auditiva.

2 comentários:

Lila Yuki disse...

Que post sério! Mas é verdade... E o pior é que nos habituamos com a violência sonora dos engarrafamentos, em que pessoas ainda acreditam que buzinar trará alguma diferença; dos vizinhos e suas festinhas irritantes, com músicas tão bizarras quanto eles; das TVs alheias, videokes e afins, que nos obrigam a aumentar o nosso som, piorando a questão.
É, eu acho que vou querer um fone desses...

Unknown disse...

Estou precisando seriamente de um desses. Também já sinto diferença na minha audição.